Arquidiocese de São Luís do Maranhão

Arquidiocese de
São Luís do Maranhão

HISTÓRIA

A administração eclesiástica da Igreja do Maranhão, dependente da Prelazia de Pernambuco, foi constituída a 15.07.1614 pela Bula In super eminente militantis Ecclesiaedo Papa Paulo V.

A Diocese de São Luís do Maranhão foi criada a 30.08.1677 pela Bula Super Universas Orbis Ecclesias do Papa Inocêncio XI, como sufragânea do Patriarcado de Lisboa. A 05.06.1827 tornou-se sufragânea da Arquidiocese de São Salvador (BA) e, a 01.05.1906, da Arquidiocese de Belém (PA).

De 1679 a 1922 houve 23 bispos no governo da diocese.

No dia 02.12.1921, por decreto da Sagrada Congregação Consistorial, foi elevada a Arquidiocese. E no dia 10.12.1922, pela Bula Rationi congruit do Papa Pio XI, elevada a sede Metropolitana.

Arcebispos na Arquidiocese

Dom Otaviano Pereira de Albuquerque (1922–1935) – 13 anos
Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta (1935-1944) – 9 anos
Dom Adalberto Accioli Sobral (1947-1951) – 4 anos
Dom José de Medeiros Delgado (1951-1963) – 12 anos
Dom João José da Motta e Albuquerque (1964-1984) – 20 anos
Dom Paulo Eduardo Andrade Ponte (1984-2005) – 21 anos
Dom José Belisário da Silva (2005 - 2021)
Dom Gilberto Pastana de Oliveira (2021-Presente)

padroeiro

A capital maranhense e a Arquidiocese de São Luís do Maranhão possuem como padroeiro São Luís IX, Rei da França. Fato, inclusive, lembrado pelo bispo emérito da Arquidiocese, dom José Belisário, OFM, que registrou esse dado oficial no prefácio do livro “São Luís, rei de França”, de autoria do saudoso padre João Dias Rezende Filho:

“Embora poucas pessoas disso se inteirem, São Luís Rei de França é o padroeiro da Arquidiocese de São luís do Maranhão. Por esse fato, no seu dia - 25 de agosto - o Diretório Litúrgico da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil prescreve: ‘Na Arquidiocese de São luís do Maranhão, festa; na cidade de São Luís, padroeiro municipal, solenidade’”.

Quem foi São Luís, rei de França?

Em 25 de abril de 1214, A Branca de Castela acaba de dar à luz um jovem príncipe, que será chamado Luís, como seu pai. No mesmo dia de seu nascimento, ele recebeu a graça do batismo em Poissy. Durante toda a sua vida, Luís desejara consagrar a memória deste dia. É assim que ele normalmente assina "Luís de Poissy" porque, para ele, o maior dia de sua vida foi o de seu batismo e seu maior título de nobreza era ser cristão. Em 1226, após a morte de seu pai, Louis de Poissy tinha apenas 12 anos, mas foi coroado rei em Reims sob o nome de Luís IX. A regência é confiada A Branca de Castela, sua mãe, até seus 21 anos. Nos 10 anos de regência, ela trouxe ao filho o aprendizado muito sério da profissão de rei, do conhecimento das cartas às cartas'arte de combate, mas também e acima de tudo os princípios de piedade rigorosa, de uma fé inabalável.

“Meu filho, eu te amo depois de Deus mais do que tudo, e por isso, saiba bem, prefiro vê-lo morto do que em pecado mortal.”

Criado em tal escola, o jovem Luís IX mostra desde a adolescência grandes qualidades de coração. Em 1234, Luís IX tinha 20 anos e casou-se com Marguerite de Provence, permitindo uma aliança com o condado de Provence. Ele vai se apaixonar por sua esposa e eles terão 11 filhos juntos. Luís IX trará de volta do Oriente as relíquias de Cristo. Será, ele dirá, um dos dias mais felizes de sua vida. Ele rima seus dias com inúmeras orações participando da missa todos os dias e recitando o breviário. Ele é um homem muito caridoso que insiste em visitar os doentes. Para surpresa das pessoas ao seu redor, ele facilmente abandonou a túnica real, preferindo uma roupa de pobreza simples.

Aos 30 anos, Luís IX estava gravemente doente de disenteria e desejava se conseguisse se curar de fazer uma cruzada. Restaurado, o jovem rei manterá sua palavra e seguirá o caminho para Jerusalém duas vezes. A primeira partida ocorreu em 1248. Ele foi vitorioso em Damiette em 1249, mas foi derrotado um ano depois e preso com seus soldados durante a batalha de Fariskur. Será uma oportunidade para Luís IX trocar pela primeira vez palavras com seus adversários, os sarracenos, pela fé muçulmana. Eles estarão admirados com a grandeza da alma e a coragem do rei da França. Ele será libertado após um resgate colossal e retornará à França após o anúncio da morte de sua mãe, A Branca de Castela.

Luís IX desejará, durante todo o seu reinado, estabelecer o reinado de Deus, querendo ser rei da paz. Ele está comprometido em garantir que a harmonia reine em toda a França. Reinos vizinhos costumam usar sua sabedoria para arbitrar conflitos. Ele quer ser rei da justiça governando com sabedoria e firmeza, infligindo a mesma justiça para todos.

“Para manter a justiça entre os nobres e os súditos, ficai ao lado dos súditos pois são mais pobres e com menos favorecimentos terrenos, até que, toda confusão se esclareça e assim tú podes agir conforme a justiça.”, Luís IX, para seu filho mais velho Philippe, por volta de 1255. Ele também se revela como um rei preocupado com a salvação de seus súditos e pune a blasfêmia, proíbe jogos de azar, restringe a prostituição e funda muitos hospitais e mosteiros.

Em 1270, Luís IX embarcou novamente para a cruzada. Será a oitava e última cruzada francesa. O exército será vítima de uma epidemia de tifo e disenteria. Em 25 de agosto de 1270, ele morreu piedosamente após receber os últimos sacramentos. Considerado santo durante sua vida, ele será venerado após sua morte. Muitos milagres acontecerão durante a passagem de seus restos mortais.

O inquérito sobre sua canonização foi aberto 8 anos após sua morte e durou 20 anos. Luís IX se tornou São Luís em 11 de agosto de 1297 e foi o primeiro Rei da França a ser canonizado.

CATEDRAL

Considerado um dos monumentos históricos mais antigos e importantes de São Luís do Maranhão, a Igreja da Sé ou Catedral Metropolitana, foi denominada Igreja de Nossa Senhora da Vitória, em homenagem a Nossa Senhora, protetora dos portugueses na Batalha de Guaxenduba.

Essa batalha ocorreu em 1615, onde hoje se localiza a cidade de Icatu e foi um confronto militar importante para acelerar a expulsão definitiva dos franceses do Maranhão. Conta-se que, nessa batalha contra os franceses, os portugueses estavam em desvantagem quanto ao número de soldados. Pediram ajuda a Nossa Senhora e foram atendidos. Por isso, a igreja foi denominada Nossa Senhora da Vitória.

A edificação foi iniciada em 1619 pelo 3° Capitão-Mor Diogo Machado da Costa que, no final do seu mandato, em 1622, a inaugurou Quase setenta anos depois, a Companhia de Jesus deu início às obras da igreja de Nossa Senhora da Luz, conforme desenho feito pelo padre Felipe Bertendorf e aprovado por Roma. A construção ficava próxima à modesta igreja construída pelo Capitão-Mor Diogo Machado e foi concluída em 30 de julho de 1699.

Em 1761, após a expulsão dos jesuítas do Brasil, ficou determinado que os bens daquela ordem religiosa passariam para a Fazenda Nacional e o Colégio e a Igreja de Nossa Senhora da Luz serviriam de Paço Episcopal e Catedral. Como a primeira e antiga igreja estava bastante arruinada, a dos jesuítas tornou-se catedral, deixando de ter como padroeira Nossa Senhora da Luz e passando a ter como titular Nossa Senhora da Vitória. A antiga igreja foi demolida no ano de 1763.

Durante sua longa existência sofreu reformas, muitas malfeitas, que culminaram com desmoronamento de parte da igreja e sua reconstrução. As formas atuais da Igreja da Sé ou Catedral Metropolitana de São Luís do Maranhão são o resultado da reforma ocorrida em 1922.

A fachada atual da igreja é em estilo neoclássico, não guardando semelhanças com a edificação inicial de vocação barroca, exceto por uma torre (a da direita). Simétrica e com frontão coroado pela imagem de Nossa Senhora da Vitória, sobre quatro pilastras compósitas. Os vãos apresentam variedade de formas, umas com verga reta, outras em arco abatido, alternadas por molduras decoradas em argamassa. A torre e relógio do lado esquerdo são posteriores, à direita, ambas terminadas em cúpula truncada de três seções, coroada com cruz de ferro, o Adro possui formato original, protegido por balaústres de ferro, com escadaria de acesso e piso em cantaria.

Internamente, a nave central possui teto em abóbada de berço com afresco do artista plástico João de Deus. O altar-mór data do século XVIII e constitui uma das melhores obras de talha existentes em São Luís. Nele encontramos duas imagens: uma de São Pedro e outra de São Luís, em homenagem ao Rei da França. Outros elementos de elevado valor histórico, são cinco cobres pintados a óleo que representam parte da via sacra e o lavabo da sacristia, que apresenta dois golfinhos confeccionados em mármore.

No período de 1993 a 1996, a 3ª Superintendência Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) realizou obras de restauração que recuperaram o ouro primitivo encoberto por pintura azul e branca que refletem um simbolismo litúrgico muito frequente no barroco luso-espanhol, austríaco e sul-americano em geral. A Catedral é tombada pelo Iphan e tem como destaque o altar-mor, do século XVIII, que é considerado um tesouro da arte barroca brasileira.

Brasão

O Brasão de Armas da Arquidiocese de São Luís do Maranhão está em conformidade com a titularidade exarada na Bula Papal de sua criação. A instituição do brasão foi um desejo de dom José de Medeiros Delgado, porém, só foi instituído pelo arcebispo dom João José da Motta e Albuquerque em 1905, arcebispo da época, que contratou o monge Paulo Lachenmayer, O.S.B, residente em Muritiba (BA), que finalizou a obra em 12 de agosto 1965.

O conjunto do brasão é composto de um selo original com tamanho de 3 e 4 cm, todo branco com letras pretas, quatro originais para clichês em cores, sendo dois originais para clichês em cores, um original para clichés de uma cor tamanho 4,3 e 2 cm e um original para clichês de uma cor, tamanho 1x1/2cm.

explicação heráldica

Escudo: de azul cortado ondulado de prata cortado com quatro curvelas onduladas, do primeiro brocante sobre três flores de lis, de ouro.

Insígnias arquidiocesanas: mitra, cruz patriarcal e báculo. As três flores de lis (flor de lírio) sobre azul, símbolo usado na heráldica para fazer referência à monarquia francesa, referência expressa a São Luís IX, Rei de França, padroeiro da Arquidiocese de São Luís do Maranhão. O ondulado é o mar grande, expressado pela palavra Maranhão.

O contraste da cor azul com a cor prata das ondas do mar expressa o manto de Nossa Senhora da Vitória, padroeira da Catedral Metropolitana de São Luís.

Com informações do chanceler do Arcebispado, padre Dr. Raimundo Gomes Meireles.

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