Arquidiocese de São Luís do Maranhão

Linha do Tempo Arquidiocese de São Luís do Maranhão

PADROEIRO

São Luís Rei de França

A capital maranhense e a Arquidiocese de São Luís do Maranhão possuem, como padroeiro, São Luís IX, Rei de França. Fato, inclusive, lembrado pelo bispo emérito da Arquidiocese, dom José Belisário, OFM, que registrou esse dado oficial no prefácio do livro “São Luís, Rei de França”, de autoria do saudoso padre João Dias Rezende Filho:

“Embora poucas pessoas disso se inteirem, São Luís Rei de França é o padroeiro da Arquidiocese de São Luís do Maranhão. Por esse fato, no seu dia – 25 de agosto -, o Diretório Litúrgico da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil prescreve: ‘Na Arquidiocese de São luís do Maranhão, festa; na cidade de São Luís, padroeiro municipal, solenidade’”.

Quem foi São Luís, Rei de França

Em 25 de abril de 1214, nasceu o príncipe Luís, filho de Branca de Castela e de Luís VIII, rei da França. Seu batismo ocorreu em Poissy no mesmo dia de seu nascimento e Luís, aos crescer, assinava “Luís de Poissy”, pois, para ele, o maior dia de sua vida foi o de seu batismo e seu maior título de nobreza, ser cristão.

Em 1226, morre Luís VIII. Luís de Poissy, com apenas 12 anos, foi coroado rei em Reims sob o nome de Luís IX. Em razão da menoridade do rei, a regência foi confiada a Branca de Castela, sua mãe, até que ele completasse 21 anos. A rainha, conhecida por suas habilidades políticas, lhe transmitiu seu conhecimento na arte da política, mas, também, e acima de tudo, os princípios de piedade rigorosa, de uma fé inabalável.

Em 1234, Luís IX, então com 20 anos, casou-se com Marguerite de Provence, com quem teve 11 filhos, dentre eles, Filipe III, seu sucessor. Seus dias, além dos seus deveres de rei e de chefe de família, eram preenchidos com orações, missa diária e recitação do breviário.

No ano de 1248, Luís IX, acompanhado de sua esposa, partiu para liderar a Sétima Cruzada que visava libertar a Terra Santa do domínio dos turcos, porém foi preso. Ao ser libertado, voltou para a França onde começou a promover inúmeras reformas e proibiu o jogo e a prostituição e punia a blasfêmia.

Nesse período, fundou hospitais e mosteiros e construiu a “Saint-Chapelle”, o santuário que deveria custodiar as relíquias trazidas do Oriente, sobretudo a coroa de espinhos de Jesus, que adquiriu do imperador de Constantinopla. Seu reinado foi uma época de paz e prosperidade para a França, mas também de excepcional zelo religioso, pois o rei pretendia de conduzir o povo francês à salvação da alma.

Em 1270, Luís IX parte para a Oitava Cruzada. Desembarcando em Túnis, os cruzados foram contaminados pelo tifo e Luís IX veio a falecer em 25 de agosto do mesmo ano. O processo de canonização foi iniciado pouco depois de sua morte e em 11 de agosto de 1297, o Papa Bonifácio VIII canonizou São Luís, Rei de França.

 

Iconografia

de São Luís Rei de França

Manto

Na iconografia de São Luís, Rei de França, vemos uma figura que une poder real e santidade. Vestindo um manto azul decorado com flores-de-lis douradas, ele representa a realeza francesa e a proteção divina.

Coroa de ouro

A coroa de ouro em sua cabeça simboliza sua autoridade como rei e seu compromisso em governar com justiça e fé.

Cetro e Coroa de Espinhos

O cetro na mão direita reforça essa soberania e responsabilidade, enquanto na outra mão, São Luís carrega uma coroa de espinhos acompanhada de cravos, uma referência direta à Paixão de Cristo. Esse conjunto representa seu profundo respeito e veneração pelas relíquias sagradas que ele adquiriu e trouxe para a França. O lenço branco ao redor da coroa de espinhos e dos cravos representa reverência e pureza, uma forma de manuseá-los com respeito, enquanto os detalhes dourados nas vestes aludem à majestade e à glória celestial. Com essa iconografia, São Luís é retratado como um modelo de rei cristão, que lidera com fé.

CATEDRAL

de Nossa Senhora da Vitória

Considerado um dos monumentos históricos mais antigos e importantes de São Luís do Maranhão, a Igreja da Sé ou Catedral Metropolitana foi denominada Igreja de Nossa Senhora da Vitória em homenagem a Nossa Senhora, protetora dos portugueses na Batalha de Guaxenduba.

Essa batalha ocorreu em 1615, onde hoje se localiza a cidade de Icatu, e foi um confronto militar importante para acelerar a expulsão definitiva dos franceses do Maranhão. Conta-se que, nessa batalha contra os franceses, os portugueses estavam em desvantagem quanto ao número de soldados. Pediram ajuda a Nossa Senhora e foram atendidos. Por isso, a igreja foi denominada Nossa Senhora da Vitória.

A edificação foi iniciada em 1619 pelo 3° Capitão-Mor, Diogo Machado da Costa que, no final do seu mandato, em 1622, a inaugurou.
Quase setenta anos depois, a Companhia de Jesus deu início às obras da igreja de Nossa Senhora da Luz, conforme desenho feito pelo padre Felipe Bertendorf e aprovado por Roma. A construção ficava próxima à modesta igreja construída pelo Capitão-Mor Diogo Machado e foi concluída em 30 de julho de 1699.

Em 1761, após a expulsão dos jesuítas do Brasil, ficou determinado que os bens daquela ordem religiosa passariam para a Fazenda Nacional e que o colégio e a Igreja de Nossa Senhora da Luz serviriam de Paço Episcopal e Catedral. Como a primeira e antiga igreja estava bastante arruinada, a dos jesuítas tornou-se catedral, passando a ter como padroeira não mais Nossa Senhora da Luz, mas Nossa Senhora da Vitória. A antiga igreja foi demolida no ano de 1763.

Durante sua longa existência sofreu reformas, muitas malfeitas, que culminaram com desmoronamento de parte da igreja e sua reconstrução. As formas atuais da Catedral Metropolitana de São Luís do Maranhão são o resultado da reforma ocorrida em 1922.

A fachada atual da igreja é em estilo neoclássico, não guardando semelhanças com a edificação inicial de vocação barroca, exceto por uma torre (a da direita). Simétrica e com frontão coroado pela imagem de Nossa Senhora da Vitória sobre quatro pilastras compósitas. Os vãos apresentam variedade de formas, umas com verga reta, outras em arco abatido, alternadas por molduras decoradas em argamassa. A torre e o relógio do lado esquerdo são posteriores à da direita, ambas terminadas em cúpula truncada de três seções, coroada com cruz de ferro. O adro possui formato original, protegido por balaústres de ferro, com escadaria de acesso e piso em cantaria.

Internamente, a nave central possui teto em abóbada de berço com afresco do artista plástico João de Deus. O altar-mor data do século XVIII e constitui uma das melhores obras de talha existentes em São Luís. Nele encontramos duas imagens: uma de São Pedro e outra de São Luís, Rei de França. Outros elementos de elevado valor histórico são cinco cobres pintados a óleo que representam parte da via sacra, e o lavabo da sacristia, que apresenta dois golfinhos confeccionados em mármore.

No período de 1993 a 1996, a 3ª Superintendência Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) realizou obras de restauração que recuperaram o ouro primitivo encoberto pela pintura azul e branca que refletem um simbolismo litúrgico muito frequente no barroco luso-espanhol, austríaco e sul-americano em geral.

A Catedral é tombada pelo Iphan e tem como destaque o altar-mor, do século XVIII, que é considerado um tesouro da arte barroca brasileira.

BRASÃO

da Arquidiocese

O Brasão de Armas da Arquidiocese de São Luís do Maranhão está em conformidade com a titularidade exarada na Bula Papal de sua criação. O brasão foi instituído em 1905 por dom João José da Motta e Albuquerque, arcebispo da época, que contratou o monge Paulo Lachenmayer, OSB, residente em Muritiba (BA), que finalizou a obra em 12 de agosto 1965.

O conjunto do brasão é composto de um selo original com tamanho de 3 e 4 cm, todo branco com letras pretas, quatro originais para clichês em cores, sendo dois originais para clichês em cores, um original para clichés de uma cor tamanho 4,3 e 2 cm e um original para clichês de uma cor, tamanho 1×1/2cm.

Escudo

De azul cortado ondulado de prata cortado com quatro curvelas onduladas, do primeiro brocante sobre três flores de lis, de ouro.

Insígnias Arquidiocesanas

Mitra, cruz patriarcal e báculo. As três flores de lis (flor de lírio) sobre azul, símbolo usado na heráldica para fazer referência à monarquia francesa, referência expressa a São Luís IX, Rei de França, padroeiro da Arquidiocese de São Luís do Maranhão. O ondulado é o mar grande, expressado pela palavra Maranhão.

Cores

O contraste da cor azul com a cor prata das ondas do mar expressa o manto de Nossa Senhora da Vitória, padroeira da Catedral Metropolitana de São Luís.